Seu guarda-roupa já falou com você hoje? Se você não sabe do que eu estou falando e está pensando que no mínimo eu pirei de vez, pare e leia este post.
Nosso guarda-roupa não fala, na verdade ele grita! Mil histórias sobre nós mesmas, que vamos construindo ao longo dos anos sem nem nos darmos conta. Só entendemos o enredo do qual estamos sendo protagonistas (ou não) quando paramos de verdade e analisamos aquilo tudo.
Levante a mão quem se deixou levar pela rotina atribulada e se comprometendo com as entregas do trabalho, dos outros, de todo mundo, menos a sua? Então com toda essa falta de tempo e equilibrismo maluco que tentamos fazer todos os dias para dar conta de tudo, como é que eu venho aqui, com a cara mais lavada do mundo pedindo você para parar e analisar seu guarda-roupa? Por que será uma das melhores coisas que pode fazer por você. De coração.
Todas as nossas escolhas ou aceitações que foram parar ali, naquelas portas tímidas na lateral do quarto, falam muito sobre como estamos encarando a nossa vida, na real. Elas não são escolhas aleatórias, mesmo que pareçam. E identificar padrões pode ser tanto útil quanto libertador. Veja alguns casos:
Aquelas roupas que não te agradam muito, mas continua usando pois alguém te deu. Não seria um problema se fosse uma única vez… Mas quantas peças você tem que foram dadas por outras pessoas e mesmo não gostando você continua usando? Isso pode revelar uma ânsia em atender às expectativas do outro em como devemos ser. Já parou para pensar nisso?
Ou quando nos vimos obrigadas a ficar em casa, em uma situação atípica como a pandemia que estamos vivendo e ao abrir o armário para pegar algo confortável para o home office e a única coisa confortável que encontrou foram roupas de ginástica. Se reconhece nessa? Eu sim. Uma vida voltada para o trabalho e no modo batalha (roupas como “armaduras”) que esqueceu da vida casual, leve, pessoal…. Onde andam seus amigos? Não os vê muito, acertei?
E roupas que não marquem a silhueta, na verdade que a desconstrói… nenhum decote, nada de fora. Apenas estilo? Claro, pode ser. Mas o mais provável é que também exista algo por trás. Uma experiência ruim com seu corpo? Foi assediada? Colocaram a sua inteligência em cheque por causa da sua beleza? Quer quebrar padrões de “beleza feminina”? Qual é a sua história?
O importante aqui é entender onde estamos e por que fazemos estas escolhas para poder redirecionar quando é preciso. Olhar para dentro é crucial para entendermos quem somos e só então definirmos o que queremos apresentar sobre nós ao mundo, através do estilo pessoal.
A visita ao guarda-roupa pode te encher de orgulho ou de socos na cara. Mas de uma forma ou de outra é a verdade e certamente é melhor saber e poder agir do que fingir que não viu e ir empurrando para debaixo do tapete até chegar em um ponto que não sabemos mais quem somos. Não deixe isso acontecer com você. Abra seu armário.