Mudanças assim, partindo de uma semana de moda, mostram como o único caminho possível para as marcas é repensando todos os processos e se comprometendo verdadeiramente com a mudança.
E qual o nosso papel como consumidores?
É importante ressaltar que nós, consumidores médios, não somos os culpados diretos pelos impactos da indústria na moda no meio ambiente.
Dessa forma, podemos sim contribuir para um consumo mais consciente – mas sem assumir culpas que não são nossas e cobrando sempre das marcas, que possuem o real poder de mudança nessa indústria.
Dito isso, algumas escolhas podem ajudar a praticar essa sustentabilidade no dia a dia e contribuir com esse movimento pela sustentabilidade. Aqui eu vou te apresentar algumas!
Tenha cuidado com os tecidos que você escolhe
O poliéster tem um processo de produção muito poluente – além de soltar micro plásticos a cada lavagem! Por isso, evite peças com esse material e, quanto inevitável, lave com menos frequência.
Outro cuidado importante é com o PU – famoso “couro sintético” ou “couro ecológico”. Por lei, ele não poderia nem receber essa nomenclatura: só pode ser chamado de couro o material que tiver origem em pele animal.
O PU (poliuretano) é um material com ciclo de vida curtíssimo! Em poucos anos (ou meses, a depender da qualidade), sua jaqueta ou calça irá descascar inteira e o único destino possível será o descarte.
Cuidar do que já existe é essencial
Roupa atemporal de verdade não é aquela peça neutra e básica – é aquela peça que dura! Por isso, enxergue seu guarda-roupa como uma curadoria importante e que precisa (e merece) cuidado.
Isso envolve também assumir o que você consegue e não consegue fazer de cuidado com suas peças e colocar como fator decisivo na hora das escolhas. Um tecido muito delicado, por exemplo, exige lavagem a mão. Você tem essa disponibilidade? De tempo, dinheiro e comprometimento?
Se não tiver, não adianta adquirir a peça. De nada adianta um tecido mais sustentável se você não cuidar dele, fazendo durar.
O second hand como uma das soluções
Segundo dados do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), o volume de vendas em brechós em 2022 cresceu cerca de 30%.
Além disso, grandes marcas como Levi’s e H&M já estão investindo no mercado de revenda dos itens de segunda mão.
Sem contar nos brechós de luxo! O second hand tem dominado o mercado da moda e se mostra, cada vez mais, como uma das soluções para uma moda mais sustentável – já que mantém roupas em circulação, evitando o descarte precoce.
Entenda seu estilo pessoal
No meio de tantos estímulos diferentes, entender o próprio estilo é conseguir fazer escolhas mais conscientes dentro de um mercado que sempre vai querer te empurrar uma blusinha nova!
Além disso, cultive a busca pelo novo dentro do seu próprio guarda-roupa. Assim você consegue reinventar seus looks diários sem precisar adquirir peças novas, mas entendendo novos jeitos de usar o que já existe. E nesse direcionamento eu te ajudo – clique aqui e conheça meus serviços que podem reinventar seu guarda-roupa.
Priorize marcas com processos transparentes
Além dos brechós e das marcas slow fashion, busque consumir naquelas que abrem seus processos! O famoso “quem não deve, não teme”. Procure saber como as peças estão sendo produzidas, se a remuneração de toda a cadeia é justa, o que a marca tem feito com os resíduos têxteis, qual a procedência dos materiais…
Na dúvida, pesquise sobre a marca, visite o site, Instagram, as notícias sobre ela. Se for uma negócio local, pequeno, tire dúvidas com a equipe de atendimento ou mesmo a própria dona!
Impulsionar marcas que financiam projetos sociais ou ambientais, por exemplo, é uma ótima forma de contribuir para essa nova moda.
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Todas essas sugestões que coloquei aqui são simples, possíveis e já fazem uma grande diferença! Entenda o que se encaixa na sua realidade no momento e faça.
Afinal, consumir de forma mais sustentável não precisa ser um grande quebra-cabeça, cheio de peças inacessíveis e com uma mesma estética! Basta ter mais consciência nas escolhas e não se deixar levar pelo impulso, racionalizando, pesquisando e desacelerando o consumo.