Resumo da Primeira Edição Digital Alta Costura Paris AW 2020

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20.07.2020
Tecnologia, Opulência e Esperança marcaram a primeira edição digital da semana de alta costura em Paris.
Se depender das apresentações como Chanel, Dior, Balmain, Giambatista Valli, Dior e muitas outras o sonho do nosso retorno às ruas é embebido em clima de festa e
celebração.
A moda pode ser uma forma de escapismo de tempos áridos, nos trazendo cor, alegria e beleza, nem que seja através dos sonhos. Com tantas restrições vividas, existe uma ebulição latente em nós, um desejo quase doído de retornar à liberdade e certamente quando isto acontecer, será um momento para celebrar. E foi disto que se tratou a semana de alta costura.
Muitas das coleções apresentadas mostraram referências à moda opulenta, intensa e festiva dos anos 80. Brilhos, paetês, volumes e cores vivas, bem característicos da década. A maquiagem marcada nos olhos, coloridas, ganham destaque principalmente em tempos onde o sorriso fica escondido e a única porta para nossa e conexão são os olhos.
Um símbolo da esperança na moda foi trazido de volta pela Dior, que se inspirou no Théâtre de la Mode para sua apresentação. O Théâtre foi uma exposição itinerante, com looks de 15 estilistas da alta costura, todos em miniaturas, que aconteceu no pós segunda guerra. Foi período em que houve uma grande escassez de tecidos e demanda e o Théâtre acabou se tornando um símbolo de esperança, resiliência e triunfo da criatividade em tempos de dificuldade. E nesse clima de resgate da esperança a Dior apresentou seus 37 modelos em manequins miniatura e a coleção também viajará o mundo para chegar até suas clientes da alta costura.
A Dior apesar de também ter apostado na riqueza de detalhes, em looks extremamente trabalhados e luxuosos, optou por silhuetas menos ousadas e atemporais. Muito pertinente ao tempo em que estamos revendo excessos e mesmo apostando em conservadorismo, ainda nos levam a um mundo de sonhos luxuosos.
Esta semana de moda da alta costura foi muito diferente. Com a impossibilidade de seguir no formato normal, com desfiles presenciais e público por causa da pandemia, foram obrigados a encontrar formas alternativas e a maioria apostou em formato digital. Vídeos e imagens foram apresentados e poucas marcas realizaram o evento fisicamente como a Balmain. Que apresentou sua coleção com modelos em cima de um barco em um lindo desfile pelo Rio Sena. E o público, foi Paris! Lindo.
Desde 2015 eu faço cobertura de semanas de moda nacionais e internacionais e Paris sempre foi uma das minhas paradas, apesar de ter coberto as coleções Prét-à-Porter. E o que senti na versão digital é que ainda não encontraram um formato que seja envolvente o suficiente. É tudo muito recente e ainda terão que evoluir. Mas mesmo buscando alternativas mais viáveis de apresentações digitais, tem um fator que nunca irão alcançar… Estar lá é viver a apresentação com todos os sentidos. São muitos elementos para envolver e emocionar e é claro, gerar mídia espontânea (o que a versão digital deixou muito a desejar). Trilha sonora, locação, decoração, modelos, celebridades, convidados, fotógrafos e todo o frenesi são apenas alguns. Mas um ponto foi muito positivo, o acesso liberado para todos foi mais inclusivo.
Vamos aguardar as cenas das  próximas semanas de moda para ver como tudo vai se desenrolar… Milão está logo ali e Setembro, te aguardo!
Créditos Imagens: Vogue Runway
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